Não fosse tamanha burrice, talvez ela não tivesse lido meus pensamentos, sentido minha angústia, e quando eu cheguei do trabalho na quinta, passei na caixinha de correspondência e encontrei em num envelope, aquela foto dela fazendo biquinho, uma passagem só de ida pra Londres marcada pro segundo final de semana de julho e um pedacinho de seda lilás com um único bilhete que dizia: "Vem me ajudar e escolher a cor das minhas cortinas, vem me ajudar a escolher o que fazer da minha vida.. Beijos, sinto saudades".
Como eu poderia negar tal convite? Eram únicos dez dias, era única a oportunidade, era único o nosso querer, era ímpar tamanha atitude, como eu poderia negar?
À plenos pulmões, sem pensar, abri minhas asas e voei pra junto dela, que me esperava absurdamente linda no aeroporto com o sorriso que eu pedi a Deus. Com honras de Chefe de Estado fui coberto de paparicos, beijos, carinhos, e era tanta nossa saudade, eu queria ter mil braços e bocas.
Ao chegarmos, já estava tudo esquematizado, pra minha surpresa, ela nunca fora muito organizada, e o jantar estava perfeito, à meia luz decorado com velas, acompanhado de um vinho francês, a noite parecia ter dez minutos mas já eram praticamente quatro da manhã quando depois de algumas taças encontramos-nos suficientemente altos, felizes e entregues à paixão deitados no chão.
"Vem conhecer meu quarto, querido.. nosso quarto se você preferir, ou achou mesmo que eu lhe daria quartinho de empregados?".
Ela se adiantou uns passos e foi direto pra janela, onde tinhamos a vista do Tâmisa e da London Bridge, em termos de belza não era nada comparado à ela, que de costas apoiada no pára peito parecia só me esperar, eu a abracei por trás com firmeza, acariciei seus cabelos, sentindo seu perfume inebriante e beijei sua nuca com tamanha sutileza que faria arrepiar até a alma, mesmo de costas pra mim seus braços me puxavam pra junto do seu corpo quase que magneticamente, minha mão esquerda ainda se encaixava perfeitamente em seu quadril tendo minha mão direita completamente indecisa na dura missão entre desabotoar sua blusa, acariciar seus seios, ou puxar seus cabelos.
Ali, de pé, éramos ela, nosso querer, e eu.. Sua pele, seu perfume, nossa cama, as velas, um edredom lilás e uma noite perfeita.. Eu só poderia estar sonhando, até perceber que acordar com meu braço formigando debaixo dos seus cabelos era fantástico e real, surreal. Ao longe, a nossa janela.. ainda sem as cortinas, e Londres amanhecendo debaixo de chuva. Para mim bastava, eu só queria estar ali.. daquele jeito, com ela dormindo feito um anjinho, arfando baixinho no meu peito.
Song 4 the moment - Before you walk out of my life, Monica
5 comentários:
Uaaaaaau nossa**
Ta otimo o jeito como descreve as coisas q ve e sent
uffa deu até vontade de namora =) **
Magnifico como sempre
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Dispensa comentários. Tchau.
marcando presença..
bjos
Irremediavelmente viciante!rs
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