sobre..

Rene Barbosa por.. mim mesmo. Brasileiro, carioca, rubro-Negro. Em algumas oportunidades da vida aprendi importantes lições, ora às duras penas, ora na maciota, acumulei valores e decepções, perdi alguns rounds, em outros, esmurrei minhas adversidades com criatividade, e uma dose de talento bruto. Autruísta por natureza, egoísta por necessidade. Jamais falando de sí próprio na terceira pessoa. Sempre deixei que as pessoas me julgassem, algumas vezes me importei realmente com que pensavam, em tantas outras toquei o foda-se. Leia mais

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Sem Defesa


Song 4 the moment - Keep it together, BFE

Era tesão que envolvia calor, calor envolvia os corpos, corpos envolviam um ao outro.
- Lu.. cê já transou numa sauna?
- Já sim, umas mil vezes.
- Mentira! To falando sério.
- Não, não com você, não ainda.. Err.. Isso foi um convite?
- Não sei né, não disse nada.. Entenda como quiser, bobinho..

Clarice sempre gostou de me provocar, à sua maneira, sempre me usando, era baixa, vil e covarde. Tinha conhecimento detalhado de todos os meus pontos fracos, sempre soube que eu preferia a goiabada por cima do queijo, ou preferia assistir os jogos do meu time em silêncio, parecia ter um dossiê completo pronto à qualquer momento.
Quando fosse Lúcio seu terreno, seu andar era preciso, mortal e cheio de atalhos.
Não tinha defesas, pra que defender?

Enquanto os amigos na piscina conversavam sobre futebol, culinária, Big Brother e política internacional, alheios à conversa, Clarice e eu trocávamos olhares de uma extremo à outro. Lentamente os círculos e os assuntos iam esvaindo, algo parecia denotar que era o clima era de uma espécie de faixa de Gaza e interpor aqueles olhares não era uma lá uma atitude muito inteligente.
Por fim, restou o céu azul, a piscina deserta, dez metros de distância, um sol escaldante, um tesão acumulado de seis longos meses e duas míseras roupas de banho (e convenhamos, eu adorava seus biquinis minúsculos e coloridinhos).

Pra ela era muito fácil entender meu sorriso, e graças à profundidade da piscina minhas outras reações encontravam-se seguras em perfeita camuflagem, seu fôlego de atleta era bonito, admirável, de uma ponta da piscina à outra submersa ela deslizava sob as águas hábil como uma sereia, brincando de ignorar qualquer regra da hidrodinâmica que quisesse se candidatar a atrasar seu passeio.
Porém só não contava com um sereiano igualmente rápido e astuto.
Ao mergulhar forcei um encontro entre nós, eficaz e surpreendente. Assustada, Clarice emergiu.

- Porra! Tá maluco Lúcio? Quer me matar de susto?
- Não necessariamente de susto, você sabe.
- Sei? Eh, talvez.. mas sério, não repita isso.. Me assustei!
- Tá, agora o que exatamente dos últimos seis meses você gostaria que eu não repetisse?
- Você entendeu, Lucio, pára de se fazer de idiota!

Dando-me as costas riu, e nessa sutileza eu percebi que encontrei tudo que precisava naquele momento, sua boca era sinônimo de perfeição, e uma porta aberta pra todos os meus pensamentos impuros, tão conhecedora das minhas reações, ela era das suas, e se fazer senhora da situação não seria suficiente pra me conquistar - e não sei como - Clarice sabia disso.
Manipulado e manipulador se inverteram quase como a troca de mãos quando eu a puxei à força e encurralei entre meu corpo e a borda, nossas bocas se tocavam com tamanha vontade que talvez fosse possível continuarmos a beijar e respirar debaixo d'água.

Totalmente despido de qualquer responsabilidade eu tentava arrebatar o coloridinho do seu biquini, mas detido pelas forças opostas me reencontrei com a realidade.

- Lu.. cê já transou numa sauna?
- Já sim, umas mil vezes. (E eu continuava a beijar seu pescoço)
- Mentira! To falando sério.
- Não, não com você, não ainda.. (O biquini! Desamarre o biquini!) - Err.. Isso foi um convite?
- Não sei né, não disse nada.. Entenda como quiser, bobinho..

Tão rápido quanto eu pude imaginar Clarice escorregou, passou por baixo de mim e nadou até a outra ponta e saindo da piscina, hipnótica, gostosa, linda, tentadora, e diabólica, me olhando por cima dos ombros e sorriu aquele mesmo sorriso vadio caminhando na direção da área fechada das saunas e chuveiros, precisei correr para não perdê-la.
Mal conseguiu alcançar a fechadura, ela e se sentiu atraída pela força dos meus braços a puxando para junto de mim.

"Ela sempre gostou de me provocar, do seu jeito, sempre me usando.."

Aos trancos, barrancos, beijos e insanidades, entramos arrancando do corpo o pouco de roupa que nos restava e da alma o pouco de juízo e vergonha na cara que ainda tínhamos.

"Era tesão que envolvia o calor, calor envolvia os corpos, corpos envolviam um ao outro."

A deitei no primeiro degrau, e banhada pelo aroma de eucalipto ela abriu suas pernas me laçando, controlando meu quadril e se sentindo, invadida e dominada cada milímetro seu um a um, dos arranhões em minhas costas, e mordidas, eu puxava seu cabelo ouvia baixinho seus gemidos e xingamentos:

- Seu filho da .. safado! Você me elouquece..

Como deuses fizemos parar o tempo, multiplicando o tesão de seis meses de saudade por vinte minutos de uma louca e desenfreada irresponsabilidade.
Cleópatra e seu servo, Cezar e sua escrava, revezavam na gangorra de resignações e insubmissões, entre nossos orgasmos e carícias, confissões e delícias dediquei tudo que tinha à ela, tudo que Clarice merecia, me fazendo ser seu homem, seu Rei, seu lacaio, e Imperador.

- Meu gostoso, meu homem, você é só meu.

Eu não tinha palavras, tampouco defesas, mas..
Pra que defender?
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