sobre..

Rene Barbosa por.. mim mesmo. Brasileiro, carioca, rubro-Negro. Em algumas oportunidades da vida aprendi importantes lições, ora às duras penas, ora na maciota, acumulei valores e decepções, perdi alguns rounds, em outros, esmurrei minhas adversidades com criatividade, e uma dose de talento bruto. Autruísta por natureza, egoísta por necessidade. Jamais falando de sí próprio na terceira pessoa. Sempre deixei que as pessoas me julgassem, algumas vezes me importei realmente com que pensavam, em tantas outras toquei o foda-se. Leia mais

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Daquelas Inesquecíveis



Song 4 the moment - Fullgás, Marina Lima

Cara eu era o único que achava a Fernanda bonita, tudo bem que ela quase nunca descia pra brincar com a galera nos tempos de moleque, tinha lá seus defeitos físicos, não tinha muitas amigas exceto pela Cássia, mas sempre achei ela uma gracinha.
Tenho na minha memória como se fosse ontem eu com dezesseis anos e Rodrigo me chamou pra irmos em um aniversário de quinze anos de uma amiga dele, ah.. Festinha de graça pô, quem não gosta? E ainda corria o risco de conhecer uma gatinha né? Eu era garoto na época e era realmente bem mais complicado "ficar" (e na época chamava-se ficar com uma menina), hoje em dia eu me assusto com a velocidade que as coisas correm.
Chegando na festa, no auge da cara de pau invadi o salão e descobri quem era aniversariante, ninguém menos que da Fernandinha, quinze aninhos, aquela coisa toda de festa chique e eu lá de penetra babando. Sempre educado cumprimentei, mas fiquei na minha.
O tempo passou, e dois anos depois ela começou a andar mais com a "galerinha do mal" e fiquei muito amigo da Cássia que praticamente juntou os dois polos me vestindo de todas as qualidades cabíveis a homem pra ela, nada mais justo né?
Era estranho mas no final eu tinha razão, não que ela tenha ficado mais bonita, mas como começou a estar por perto sempre, a rapaziada se aglomerava ao redor da Fernandinha querendo sempre algo mais, mas eu era prioridade né? (ou pelo menos deveria ser, apostava nela havia mais de dois anos).
Nunca esqueci aquela sexta feira que ficamos até umas três da manhã conversando, Cássia, Fernanda e eu:

- Fê, vai ter mesmo o jantar amanhã? - Cassinha era muito esperta ;)
- Vai, miga.. o pessoal todo vem
- Posso levar alguém?
- Claro né? Confio em você
- Aposto que você vai gostar. - E deu uma piscadinha pra mim
- Então Renê, se você quiser aparecer lá em casa amanhã, fique à vontade viu? - Mais por educação né?
- Ah, sim.. Ehh.. tá, tá bom.

Eu não iria nem fodendo, não sabia como ir, não conhecia ninguém, era um jantarzinho pra reunir os amigos do segundo grau, porra.. sem condições! Mas Cássia me ligou o sábado inteiro dizendo que eu não podia fugir dessa responsabilidade, e convenhamos né, pra quem tinha investido há tanto tempo, a hora revindicar o trono era essa. Não dava pra amarelar.

Here we go!
Não sei se esse meu jeito abusado de ser ajudou, mas rápido eu tinha toda a galerinha no bolso, fui eu quem trocou a lâmpada da cozinha quando estourou, fui eu quem abriu as garrafas de vinho (ninguém tinha a menor intimidade com o saca-rolhas) eu contava as piadas na hora certa, e consegui entrar nos assuntos de forma silenciosa e mortal feito ninja, pronto! Virei "hours concours" da parada.
Até que as meninas cozinhavam bem, e conforme a noite foi adentrando a galera se retirando até sobrar os cinco valentes combatentes do sono e da embriaguez - Cássia, Taís, Suellen, Fernanda e eu, cujo os olhos não paravam um segundo de mirar aquela boca.

- Afasta esse sofá aí Fê!

Ganhamos alguns metros a mais na sala e muitos metros a menos de distância, tantos assuntos, brincadeiras, risadas, acabei virando a referência masculina entre as meninas toda vez que elas queriam saber porquê os homens outrora não faziam A ao invés de B, todos ali deitados num Clemant grená entregues à própria sorte, à luz âmbar de um abajur no canto da sala.
O rádio planava sons entre Ed Motta, Pedro Mariano e Marina Lima, madrugada adentro, taças de vinho a mais, vontades a mais, e no caso de Suellen e Taís roncos a mais. Cássia levantou bem lentamente fingindo ir na cozinha e lá da porta piscou pra mim num sinal de "Vai que é tuuuuuuuuua Taffarel".

Não precisei de muita coisa, Fernandinha nem eu éramos idiotas, ela pôs sua mão sobre a minha coxa e ainda pude contar com um restinho de agilidade pra encurtar de dois anos de distância em milímetros bocas e peitos arfantes, começava ali uma grande paixão, daquelas inesquecíveis..
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