sobre..

Rene Barbosa por.. mim mesmo. Brasileiro, carioca, rubro-Negro. Em algumas oportunidades da vida aprendi importantes lições, ora às duras penas, ora na maciota, acumulei valores e decepções, perdi alguns rounds, em outros, esmurrei minhas adversidades com criatividade, e uma dose de talento bruto. Autruísta por natureza, egoísta por necessidade. Jamais falando de sí próprio na terceira pessoa. Sempre deixei que as pessoas me julgassem, algumas vezes me importei realmente com que pensavam, em tantas outras toquei o foda-se. Leia mais

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ici ou à Cassis




Song 4 the moment: What it is, Amy Winehouse


Marseille, agosto de 2009
Nessa vida Deus me permitiu que mais uma vez eu voltasse à um dos países mais fabulosos que já conheci.
Numa outra cidade, com outros ares, entretando havia algo de estranho que eu sentia no ar desde que retornei, simple Déjà vu. Todos os dias, desde o amanhecer até o ultimo suspiro da noite meus pensamentos se embaralhavam me deixando de presente uma inquieta sensação.

Estava hospedado em um bonito apartamento em Panier, que dividi com Mauro, meu compatriota, Andrea, uma chilena de extrema simpatia, e os senhor e senhora Moreno, um casal colombiano da ensolarada Barranquilla. No final de semana que antecedia meu retorno à terras Tupiniquins planejamos um roteiro perfeito que incluia admirar o panorama desde Notre-Dame-de-la-Garde, visitar os pequenos portos de pesca, as angras, o castelo de If e o arquipélago Frioul, beber um pastis ao pôr do sol no Porto Antigo e Calanque d'en Vau, uma linda praia em Cassis.
Mauro tinha compromissos na cidade, Andrea se apaixonou por Jean-Pierre, nosso guia turístico metido à bonitão, sobramos Catalina, Alejandro e eu, o casal era mestre nos melhores passeios, certamente eu não poderia estar melhor acompanhado. (nem melhor fantasiado de castiçal), tudo transcorria em paz. porém ainda faltava-me algo..

Sábado à tarde, Catalina descobriu um luau na praia que visitariamos no dia seguinte em Cassis, Calanque d'en Vau era nada menos do que paradisíaca, talvez a mais bela praia do sul da França. Eu não queria estragar o clima de romance dos pombinhos apaixonados, e disse que iria um pouco depois, talvez na última barca.
Deitado na cama, eu apertei meus olhos um turbilhão de pensamentos me varreu trazendo uma enorme saudade da família, dos amigos e dela, um único encontro, uma única noite, mas eu tinha certeza de que jamais esqueci aquele final de semana em Nova Friburgo. Bom, não dizem por aí que o mundo é tão pequeno né? Quem sabe eu não a encontraria novamente, fosse nessa, em outra vida, no maracanã lotado, na Jamaica, ou talvez em Cassis.

Bateu deprê, mas eu não queria desanimar até porque eu não fazia ideia de quando voltaria a conhecer tão belos lugares. Rápido, me aprontei e desci, era pouco mais de dez e meia da noite, e o calor ainda era forte, em poucos minutos partiria do deck do hotel a ultima barca para o luau e não pretendia perdê-lo. Logo chegamos e encolhida entre os rochedos, lá estava ela brilhando sob a luz da lua, um lugar perfeito, O guia do hotel atracou num velho pier, permitindo que um grupo de 13 turistas desembarcasse sem perder muito tempo, o último deles, o mais desnorteado talvez, ainda sentia um estranho frio na barriga, talvez não tão estranho, talvez nem tão frio.

Tudo era absurdamente lindo, e a cena era cinematográfica, como se pudesse profetizar algo, pressenti que meu Déjà Vu estendia-se até onde a vista alcançava, pessoas, tochas, luzes, fogo e sombras, me senti congelar ao deparar entre tantos obstáculos com um par de olhos azuis que parecia e alguma coisa me dava a certeza de me conhecer a umas sete vidas. Era a mesma chmarmant, usava igual satin bleu, só que parecia mais curtinho e tentador desta vez, os cabelos não era mais louros cor de ouro, estavam mais curtos e eram negros como a noite que a acobertava, na mão esquerda, rigorosamente o mesmo e esquisito drink de Gin com água tônica, o universo conspirava à meu favor, insconcientemente eu sorri, caminhando sem rumo como se fosse ela a direção do infinto.
Malandra era a lua que se mantinha sobre meu ombro só pra poder iluminar de pertinho o rosto dela, estava escrito que isso aconteceria um dia, poderia ser ter sido em qualquer lugar, fosse em Nova Friburgo, em Nova Iorque, Nova Iguaçu, ou em Cassis.

- Bonne soirée madame. Pus à prova meu francês.
- Nous sommes assez proche, appelez-moi par son nom, cher
- Je savais que je trouverais
- Je savais que ce serait ce soir, ne vous a jamais oubliés *

Fleur ainda era a mesma, ela caminhou o restante dos dois passos que sobraram entre nós como se estivesse a uns 10cm. acima da areia fofa, imediatamente sua mão envolveu meu pescoço, laçando minha nuca, sua boca encontrou a minha e novamente me perdi, mais uma vez despido da divindade de Ares eu venci minha Deusa Afrodite com meus braços envolvendo sua cintura apertando seu corpo contra meu com direta proporção ao desejo que senti de encontrar seus beijos nesses ultimos três anos, e não houve um dia sequer em que o vento não soprasse seu perfume pra mim.
O mesmo pequeno risquinho de queimadura na perna direita, os mesmos lindos dedos, a mesma unha escarlate de sempre, era a mesma Fleur, e eu não tinha sombra de dúvida de que ela foi feita pra mim, fosse no céu, no inferno ou em Cassis.


* - Boa Noite, Madame
- Somos íntimos o suficiente, me chame pelo nome, querido
- Eu sabia que a encontraria
- Eu sabia que seria esta noite, nunca o esqueci





Agradecimento especial a quatro amigos infalíveis quando quero escrever:
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2 comentários:

lidia disse...

quando vc vai botar td isso num livro hein??
lindo!!
bjs

Lucille disse...

Não! Em francês, não!
Assim o coração não aguenta...

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