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Rene Barbosa por.. mim mesmo. Brasileiro, carioca, rubro-Negro. Em algumas oportunidades da vida aprendi importantes lições, ora às duras penas, ora na maciota, acumulei valores e decepções, perdi alguns rounds, em outros, esmurrei minhas adversidades com criatividade, e uma dose de talento bruto. Autruísta por natureza, egoísta por necessidade. Jamais falando de sí próprio na terceira pessoa. Sempre deixei que as pessoas me julgassem, algumas vezes me importei realmente com que pensavam, em tantas outras toquei o foda-se. Leia mais

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żyje Polska!




Song 4 the moment: True, Spandau Ballet


Nova Iorque, outubro de 2008
Essa minha temporada em terras norte americanas me fez aprender uma infinidade de coisas, novas, boas, ruins. Fez sentir saudades dos amigos e da família, me fez sentir o prazer da distância de muita gente, mas sobretudo me proporcionou mais umas dúzias de linhas nas minhas lembranças.
Morar sozinho sempre foi um desafio, apesar de organizado nunca fui muito habilidoso quando o assunto era a culinária, algumas vezes apelei para os congelados, outras vezes abusei da boa vontade da vizinha ao lado que sempre se oferecia para ajudar, em troca de pequenos favores técnicos de um computador que semanalmente apinhava-se de virús.
Ficamos bons amigos de cara, Yelena era oficialmente americana, mas ainda carregava a Polônia no coração, sobretudo nos costumeieros "pierogis", nas sopas e especialmente as batatas maravilhosas que eu tinha o prazer de repetir, duas, três vezes, aprendi inclusive as receitas de cervejas caseiras, um antigo segredo que era passado de geração em geração através dos séculos e eis que vem parar nas mãos de um brasileiro, carioca, suburbano, acostumado aos botequins do Rio antigo. Confesso, era estranho o gosto, mas as histórias recheadas de saudade que dividíamos de nossas famílias tornavam nossos goles mais gostosos.
"Nothing especial", assim era Yelena, detentora da já famosa beleza Báltica, porém contrafeito eu sempre encontrava defeitos demais nela, ao contrário da maioria de amigos do trabalho que continuavam a insinuar que eu tinha um caso com "o cisne polonês".

Na volta para casa daquela sexta feira, a habitual confusão nova iorquina tomei o caminho descendo pela Broadway até a 29th st. onde passei em algumas bombonieres e fiz um pacotão de doces, afinal era véspera de Halloween, aquele finalzinho de tarde de outono era traiçoeiro aos que confiavam demais nas condições meteorológicas, dentre os idiotas - eu.

No Queens, dava gosto ver a criançada pelas ruas, todas em pequenos grupinhos histéricos buscando as tradicionais brincadeiras do dia da bruxas. Subi rapidamente pelas escadas da entrada do prédio e ao chegar ao segundo andar, encontrei a porta do apartamento vizinho entreaberta e muitas vozes vindo de dentro, obviamente eu não sabia falar polonês, mas já estava reconhecendo o idioma "bzdury!". Ignorando a barulheira, meti a chave na porta e pesarosamente ia adentrando a toca quando ouvi Yelena chamar. Tão cortês quanto podia ser, me apresentou aos Gretkowska, que de pronto me acolheram como filho.
Imediatamente meus olhos miraram um par verde-esmeralda, que seguia um nariz de contornos finos para um rosto um tanto bruto, sua beleza era quase que um soco no estômago, e pude ouvir à milhas de distância o sussurro de Yelena ao meu ouvido: "Gossstou de minna irrmãzina, êmigo?" num arrastado português que jamais imaginei ouvir. Não respondi, e nem precisei.

Durante o jantar, bebemos incontáveis litros de cervejas caseiras, de espectadores das mais divertidas aventuras da Sra. Gretkowska e suas filhas, criadas à pulso firme desde o falecimento do pai, Yevgenia era a mais nova, com 20 anos era uma princesa talhada à grosso modo, sua beleza mesclava ares de nobreza com o suor camponês, não era inteligente e sofisticada como Yelena, entretanto parecia que nasceu para uma só coisa, enlouquecer qualquer homem que desejase, era hipnótica..

Transcorridas algumas horas esqueci-me totalmente dos mimos e brincadeiras do dia das bruxas junto às crianças do bairro, esgotado e um tanto embriagado, deitei no grosso tapete grená do apartamento no colo de Yelena, que não menos bêbada ria de qualquer coisa, consegui manter a postura firme durante toda a noite e não me cedi à tentação dos olhares Bálticos de Yevgenia. Porém ao melhor estilo Julio Cesar, fui esfaqueado pelas costas quando minha melhor amiga, minha irmã, que se levanda e diz: "Vou dorrrmirr, ja bebi demaizz, êmigo.. cuid ben de mina irrmãzinaa" e me tascou um beijo nos lábios, que não me assustou em absolutamente nada, já era de praxe esse constrangedor cumprimento "afetuoso", ela era de longe, minha melhor companhia em todos esses meses de solidão, nos ajudamos muito.
Pude ver meu castelo ruir quando Yevgenia se levantou bem na minha frente com seu vestido florido que emoldurava todas as perfeitas imperfeições de seu corpo, encolhendo diabolicamente sobre as coxas grossas e lisas, e a alça suicida pulava de seu ombro esquerdo procurando tentar me passar um sinal de onde eu poderia começar a beijá-la, ao mesmo tempo que tentava desesperadamente atrair meu olhar que se perdia nos detalhes perfeitos dos seus seios.
Para não parecer indelicado e deixa-la levantar sozinha, gentilmente tentei acompanhar seu movimento mas fui coberto pelo peso de seu corpo contra o meu, onde ambos os peitos se tocavam, ela sentou sobre mim, de frente e segurando meu maxilar com as duas mãos, despediu-se de mim à la Poslka, senti minha cabeça rodar e ferver ao seu toque dos seus lábios com os meus. Ela sorriu ignóbil, já eu tolo, só consegui pensar num "tchau". Sendo prontamente soterrado pela rústica, tentadora e nada inocente camponesa Báltica, me perdi, mas não tardei a reagir, eu a desejava feito um Leão à presa.

Bzdury
! a merda tava feita.

4 comentários:

Lidia disse...

vc se supera hein...
tava com saudade..
bjs!

Karisa Lora Show disse...

Hummmm , teceria mais comentários a respeito ,mas acho que o horário não permite!!!! hahaha
Agora os nomes dos personagens dessa vez se superaram hahahahha...
Adorei!
Bj

BCarnaval & FGrether disse...

Os minutinhos que passo lendo seus posts sempre são os mais agradáveis! Vai publicar um livro, Rê!!!!! Bzdury!

Lucille disse...

Vc-não-escreveu-isso?!

Queixo tá rolando por algum lugar do chão...

Perfeito, querido. Eis aqui uma fã.

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