sobre..

Rene Barbosa por.. mim mesmo. Brasileiro, carioca, rubro-Negro. Em algumas oportunidades da vida aprendi importantes lições, ora às duras penas, ora na maciota, acumulei valores e decepções, perdi alguns rounds, em outros, esmurrei minhas adversidades com criatividade, e uma dose de talento bruto. Autruísta por natureza, egoísta por necessidade. Jamais falando de sí próprio na terceira pessoa. Sempre deixei que as pessoas me julgassem, algumas vezes me importei realmente com que pensavam, em tantas outras toquei o foda-se. Leia mais

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Saudade, saliva e suor.



Song 4 the moment - Secret Smile, Semisonic


Essa noite no Rio não fez frio, mas meu corpo estremeceu, a cabeça girou intensamente até parar me fazendo crer que o que eu sentia naquele momento era só saudade, mas não dava pra se dizer que era "só".
Fazia muita falta aquelas coxas enroscadas nas minhas, os cabelos repousados sobre meu rosto me fazendo cócegas, fazia uma falta absurda o toque daquela mão alisando meu peito, arranhando minha barriga fazendo um carinho tenro, discreto, safado e instigante.
Eu só queria uma daquelas nossas noites sem relógio e não fazia a menor questão de esperar até o sábado, não dava mais.
Com habilidades e coragem de um mestre-sala, botei meu bloco na rua e parti atrás da nota dez na apuração, a cabeça cheia de caraminholas cruzei avenidas passando por sex shoppings, bombonieres, floriculturas raciocinando sobre o que seria uma boa impressão deixada pela comissão de frente, mas meu bolso não estava nada harmonioso e acabou atravessando meu samba.

URGENTE:
Estava eu, prestes a encontrar novamente a mulher da minha vida, querendo fazer algo que a surpreendesse, e me desse a condição necessária pra fazê-la acreditar que eu era "o cara", como fazê-lo?

No melhor estilo Paulo Barros tive que combinar a improvável mescla entre ousadia, simplicidade e pouca grana. Decidi contando com a sorte buscá-la na faculdade e pra minha sorte a surpresa sempre foi uma ótima carta na manga. Estrategicamente às 9:39 deixei a arquibancada tensa aparecendo na janelinha da porta da sala 308, observando a rainha da bateria do meu coração totalmente absorta da aula brincando com o telefone celular na mão.

Foi surpresa pra você? Nem pra mim.. E em segundos o meu resolveu apitar com a seguinte mensagem:

"Tô louca de saudade amor, queria tanto vc cmg agora"

recuei tentando planejar uma melhor resposta, e devolvi na mesma moeda:

"Fugiria cmg se eu pedisse? Nem que por 1h?"

Tudo acabou virando uma espécie de "toma lá, dá cá"

"Facilmente, ms tudo é tão longe pra nós.. ñ aguento +"
"Nem tão longe meu amor, olhe pra frente."

Acho que depois dessa não precisamos mais conversar tanto assim, imediatamente ela saiu de sala pegando a bolsa e os cadernos e correu pra me abraçar, a beijei ali mesmo com a porta da sala aberta, metade da turma boquiaberta sem saber o que estava acontecendo e o professor pigarreando pra retomar o raciocínio perdido (em vão, a cena era cinematográfica).
Numa de fazer inveja à Robin Wood deixei-me roubar, permitindo que nossa paixão e saudade nos levasse onde deveríamos ir, aos trancos e barrancos fui empurrado pra primeira saída de emergência - e que sugestivo, porque nossa situação era mesmo emergencial - nos beijávamos de forma faminta, encolhendo os corpos em abraços tão apertados capazes de fazer com que os séculos de saudade se tornassem nano segundos.

Não fiquei muito preocupado com as consequências dessa irresponsabilidade, mas noção pra quê? Sem pensar duas vezes tirei quase toda sua roupa desfilando meus lábios e língua pelo seu corpo apoteótico, que ela fazia questão de mostrar pra à quem pertencia com saudade do beijo, do cheiro, do corpo, nos comunicávamos através de saliva e suor que nos protegiam de toda inveja do mundo. Ainda era terça-feira e tanta energia não tinha sido gasta metade no domingo, onde nos encontramos pela última vez. Matar a saudade dessa forma na escada do prédio da faculdade era sacanagem, nosso sexo era sacanagem, mas o que me ligava à essa mulher transformava uma transa no primeiro encontro em uma aliança que nos uniria pro resto da vida no dia seguinte e me faz até hoje ser um louco irresponsavelmente apaixonado por isso, até hoje..

O que ela tem? Só eu sei, só as escadas, camas, banheiros, carros e as estrelas sabem, ninguém mais, no one.

2 comentários:

Bruna disse...

Esse cheiro , esse suor , essa saliva ... Faz qualquer um ir ao céu.

**Palavras e Cia** disse...

Finalmente voltou a escrever...eu tbm ando escrevendo de novo...meio triste, mas de novo..e como sempre amei teu post!Bju!

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