Song 4 the moment - Too Much, Spice Girls
... Girei rápido a maçaneta e lá estava ela, só com uma calcinha - se é que aquele pedacinho de pano era uma - vermelha e minúscula, ajeitando os cabelos no alto da cabeça me mirando pelo reflexo do espelho.
- Tá esperando o que? Mais dez anos Beto?
Minha roupa saltava do corpo como se estivesse em chamas, e talvez estivesse.
Inteligência que permitia decifrar meus olhares, independente sempre que precisava e era tão simpática que com um sorriso atraía qualquer homem, articulada de modo que mantinha à seu alcance todos homens desde o segurança da boate até o primeiro ministro da Bélgica, audaciosa o bastante pra fugir na hora em que o circo pega fogo, só pra deixar com água na boca. Dona de uma eficiência comprovada quando o assunto era meu corpo, nada lhe escapava, nem um detalhe.
Nos últimos dez anos todas as vezes que nos pegamos era de impressionar, ambos sabiam como funcionava o jogo, e por mais que eu caísse em seus truques (todas as vezes), eu sabia os atalhos do tabuleiro, Nina nunca ignorou isso, era perspicaz demais pra subestimar seu jogador favorito, e estávamos nós mais uma vez, confinados num quarto, e um punhado de vontades. Esta noite o Rei preto subjugaria a Rainha branca, and you know o final disso era tão previsível quanto o roteiro da Malhação né?
Quietinha, sentada na beira da cama me fitando pelo reflexo do espelho estampava um sorriso tão desdenhoso que seria irritante, não fosse excitante, levantou uma das sobrancelhas e esboçou dizer algo que certamente seria em tom provocativo, porém com um gesto rápido eu a fiz desistir da ideia.
- Shhhh.. Quieta! (levei o dedo à boca em sinal de silêncio)
Como um leão eu devorava os poucos metros que nos divisava avançando, Rei e dois Bispos para o mate, forçando minha Rainha adversária a mover-se para um dos cantos do tabuleiro, ops! Da cama, mas ela é matreira, e esperou até o último segundo para me surpreender levantando rápido se esquivando num giro sobre os calcanhares, ganhou espaço suficiente pra se afastar e encher a mão em meu peito me derrubando sobre a cama, caí com ares de novato, com cara de otário, e o leão virou gatinho, mas não era o momento do rei se acossar. A Rainha Nina, com uma mísera calcinha ignorou minha toda minha realeza e montou fazendo a doma do cavalo.
- Shhhh.. Quietinho! (Ah.. Quanta ironia!)
A desgraçada sempre tinha um às na manga, e isso é o que me faz louco por ela, mulheres em geral parecem que sob pressão instintivamente trocam a razão pela emoção, mas quanto maior o risco, mais rápido Nina raciocinava, eu precisaria de uma jogada de mestre pra não entregar o ouro pra bandida. "Fudeu!" Me vi em xeque.
- Nina.. (tão baixinho que ela precisou descer da torre pra me ouvir)
- Hahahah. Perdeu, Beto! Você é meu gatinho..
- Já ouviu falar no Mate do louco?**
- Hã?
Diriam as mais feministas que os homens são seres acéfalos incapazes de administrar emoções e inteligência fazendo uso de sua brutalidade para alcançarem os objetivos, como no tempo das cavernas, como os peões do que se sacrificam por uma jogada. Ela conhecia as regras do jogo, e que entre nós havia sempre um coringa além da rapidez de raciocínio, reflexos, e malícia.
Nina jamais foi displicente, jamais deixou escapar uma palavra que me municiasse, quiçá um pensamento fraco, contudo ela subestimou o Rei preto quando se esqueceu onde estava. Montada sobre um homem nu (e excitado). Não pude evitar, fiz o que meu tesão mandou, e com tudo, com gosto.
A Rainha sentiu, fraquejou, soltou um gritinho, se entregou e sorriu.. Checkmate!
- Seu filho da puta, cachorro, covarde.. Quem mandou você fazer isso? (lutava pra dizer ofegante entre os gemidinhos)
- Quem mandou? Hahahah.. Nina, que fique bem claro. Quem manda nessa porra aqui sou eu!
Cá entre nós, perdedor ou vencerdor para nós tanto fazia. Naquele jogo éramos um do outro, sempre foi assim, e será até a próxima jogada.
_____________________________________________________________________
**Mate do Louco, é o xeque-mate mais rápido possível do xadrez, sendo executado com o segundo lance das peças negras. É extremamente raro, já que para a sua ocorrência as brancas devem cometer erros incomuns, mesmo entre principiantes, ao fazer duas das piores jogadas de abertura possíveis.
- Tá esperando o que? Mais dez anos Beto?
Minha roupa saltava do corpo como se estivesse em chamas, e talvez estivesse.
Inteligência que permitia decifrar meus olhares, independente sempre que precisava e era tão simpática que com um sorriso atraía qualquer homem, articulada de modo que mantinha à seu alcance todos homens desde o segurança da boate até o primeiro ministro da Bélgica, audaciosa o bastante pra fugir na hora em que o circo pega fogo, só pra deixar com água na boca. Dona de uma eficiência comprovada quando o assunto era meu corpo, nada lhe escapava, nem um detalhe.
Nos últimos dez anos todas as vezes que nos pegamos era de impressionar, ambos sabiam como funcionava o jogo, e por mais que eu caísse em seus truques (todas as vezes), eu sabia os atalhos do tabuleiro, Nina nunca ignorou isso, era perspicaz demais pra subestimar seu jogador favorito, e estávamos nós mais uma vez, confinados num quarto, e um punhado de vontades. Esta noite o Rei preto subjugaria a Rainha branca, and you know o final disso era tão previsível quanto o roteiro da Malhação né?
Quietinha, sentada na beira da cama me fitando pelo reflexo do espelho estampava um sorriso tão desdenhoso que seria irritante, não fosse excitante, levantou uma das sobrancelhas e esboçou dizer algo que certamente seria em tom provocativo, porém com um gesto rápido eu a fiz desistir da ideia.
- Shhhh.. Quieta! (levei o dedo à boca em sinal de silêncio)
Como um leão eu devorava os poucos metros que nos divisava avançando, Rei e dois Bispos para o mate, forçando minha Rainha adversária a mover-se para um dos cantos do tabuleiro, ops! Da cama, mas ela é matreira, e esperou até o último segundo para me surpreender levantando rápido se esquivando num giro sobre os calcanhares, ganhou espaço suficiente pra se afastar e encher a mão em meu peito me derrubando sobre a cama, caí com ares de novato, com cara de otário, e o leão virou gatinho, mas não era o momento do rei se acossar. A Rainha Nina, com uma mísera calcinha ignorou minha toda minha realeza e montou fazendo a doma do cavalo.
- Shhhh.. Quietinho! (Ah.. Quanta ironia!)
A desgraçada sempre tinha um às na manga, e isso é o que me faz louco por ela, mulheres em geral parecem que sob pressão instintivamente trocam a razão pela emoção, mas quanto maior o risco, mais rápido Nina raciocinava, eu precisaria de uma jogada de mestre pra não entregar o ouro pra bandida. "Fudeu!" Me vi em xeque.
- Nina.. (tão baixinho que ela precisou descer da torre pra me ouvir)
- Hahahah. Perdeu, Beto! Você é meu gatinho..
- Já ouviu falar no Mate do louco?**
- Hã?
Diriam as mais feministas que os homens são seres acéfalos incapazes de administrar emoções e inteligência fazendo uso de sua brutalidade para alcançarem os objetivos, como no tempo das cavernas, como os peões do que se sacrificam por uma jogada. Ela conhecia as regras do jogo, e que entre nós havia sempre um coringa além da rapidez de raciocínio, reflexos, e malícia.
Nina jamais foi displicente, jamais deixou escapar uma palavra que me municiasse, quiçá um pensamento fraco, contudo ela subestimou o Rei preto quando se esqueceu onde estava. Montada sobre um homem nu (e excitado). Não pude evitar, fiz o que meu tesão mandou, e com tudo, com gosto.
A Rainha sentiu, fraquejou, soltou um gritinho, se entregou e sorriu.. Checkmate!
- Seu filho da puta, cachorro, covarde.. Quem mandou você fazer isso? (lutava pra dizer ofegante entre os gemidinhos)
- Quem mandou? Hahahah.. Nina, que fique bem claro. Quem manda nessa porra aqui sou eu!
Cá entre nós, perdedor ou vencerdor para nós tanto fazia. Naquele jogo éramos um do outro, sempre foi assim, e será até a próxima jogada.
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**Mate do Louco, é o xeque-mate mais rápido possível do xadrez, sendo executado com o segundo lance das peças negras. É extremamente raro, já que para a sua ocorrência as brancas devem cometer erros incomuns, mesmo entre principiantes, ao fazer duas das piores jogadas de abertura possíveis.